Caros colegas:
Ao ler um jornal diário deparei com algumas notícias interessantes sobre biodiversidade. São elas:
1. Foi formalizada a criação do primeiro parque natural internacional da Europa, o Parque Internacional Tejo/Tajo em Portugal/Espanha.
2. Uma equipa de cientistas publicou um estudo que considera a possibildade de mais de metade das plantas e um terço dos animais entrarem em declinio devido á subida de temperatura. O estudo foi publicado na revista "Nature Climate Change".
3. A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais) elaborou um relatório no qual afirma que "os países europeus têm de fazer mais para proteger a biodiversidade". Esta organização estudou as plantas e animais ameaçados da Europa concluindo que a Espanha é o país mais ameaçado pois comporta 22% das espécies em risco de extinção. O segundo país da lista é Portugal uma vez que 15% das espécies existem no nosso país. Entre as espécies mais ameaçadas aparece a foca-monge (que tem o seu habitat nas Ilhas Desertas- Madeira), a baleia-franca-do Atlântico-Norte (Açores) e o carismático (para mim já se vê) lince ibérico (que também tem o seu habitat histórico, aqui, na minha região).
Felizmente, no que ao lince diz respeito, já estão no terreno vários projetos de recuperação de habitats e populações. Segundo li algures, no Centro de Recuperação de Silves (não sei o nome oficial) nasceram 11 animais, nos últimos tempos, o que constitui uma boa notícia.
Biodiversidade Geodiversidade Gestão Recursos Marinhos
domingo, 19 de maio de 2013
sábado, 18 de maio de 2013
Caros colegas:
Hoje fui surpreendido com uma boa notícia. Provavelmente vocês já sabem da novidade: O museu da Comunidade Concelhia da Batalha venceu hoje o prémio Kenneth Hudson do Forum Europeu dos Museus (European Museum Forum - EMF).
Eu não conheço o espaço, mas há duas ou três coisas que me agradaram no que li e ouvi.
1.O museu é um espaço de inclusão. Todos, mas mesmo todos podem usufruir das suas potencialidades: invisuais, surdos, cidadãos em cadeira de rodas, etc podem percorrer o espaço pois possuem condições, que eles mesmo testaram previamente para o visitarem.
2. Para além do que normalmente se vê num museu (coleções de história da presença do homem), este possui um programa de apoio á biodiversidade, desenvolvido por especialistas, no sentido de contribuir para a preservação do meio ambiente e sensibilizar as gerações de hoje para a preservação e garantia do futuro sustentável para as gerações que se sucederem á nossa.
3. Por outro lado, leva-nos a percorrer a história natural da região dos últimos 250 milhões de anos até ao século XIV, abordando a geologia e paleontologia do território.
Parece-me um espaço de grande interesse, não só pela abordagem que faz á história do homem na região, mas também pela relação com a abordagem dos problemas da biodiversidade e da geodiversidade. Na primeira oportunidade visitá-lo-ei.
Cumprimentos,
Manuel Mestre.
Hoje fui surpreendido com uma boa notícia. Provavelmente vocês já sabem da novidade: O museu da Comunidade Concelhia da Batalha venceu hoje o prémio Kenneth Hudson do Forum Europeu dos Museus (European Museum Forum - EMF).
Eu não conheço o espaço, mas há duas ou três coisas que me agradaram no que li e ouvi.
1.O museu é um espaço de inclusão. Todos, mas mesmo todos podem usufruir das suas potencialidades: invisuais, surdos, cidadãos em cadeira de rodas, etc podem percorrer o espaço pois possuem condições, que eles mesmo testaram previamente para o visitarem.
2. Para além do que normalmente se vê num museu (coleções de história da presença do homem), este possui um programa de apoio á biodiversidade, desenvolvido por especialistas, no sentido de contribuir para a preservação do meio ambiente e sensibilizar as gerações de hoje para a preservação e garantia do futuro sustentável para as gerações que se sucederem á nossa.
3. Por outro lado, leva-nos a percorrer a história natural da região dos últimos 250 milhões de anos até ao século XIV, abordando a geologia e paleontologia do território.
Parece-me um espaço de grande interesse, não só pela abordagem que faz á história do homem na região, mas também pela relação com a abordagem dos problemas da biodiversidade e da geodiversidade. Na primeira oportunidade visitá-lo-ei.
Cumprimentos,
Manuel Mestre.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Estratégia de geoconservação.
Geoparques e Geoturismo.
1.Introdução.
Apreciar
a natureza é coisa antiga. Praticamente desde que existem registos escritos que
podemos encontrar referências mais ou menos elogiosas á natureza, que por vezes
ultrapassam a visão utilitarista. Contudo, estas referências raramente abordam
conceitos geológicos, fundamentalmente porque estes só começaram a ganhar
espaço entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. Manda a verdade
que se afirme que desde meados do século XIX que existem alguns autores que
escreveram apreciativamente sobre o meio abiótico chegando a revelar algumas
preocupações com a sua conservação. Após o final da Segunda Guerra Mundial
houve grandes transformações, inicialmente incipientes, mas que foram
acelerando e transformaram-se numa verdadeira revolução a partir da década de
sessenta, alterando radicalmente velhos conceitos e criando novos paradigmas.
Entre estes está o que simplisticamente apelidamos de “consciência ecológica”,
incluindo, entre outros aspetos, a valorização da conservação e o uso racional,
tendencialmente sustentável, do ambiente. Esta visão já se cimentou, há várias
décadas no que se refere á biodiversidade; já quanto á geodiversidade só
recentemente ganhou a sua carta de alforria. (Mantesso-Neto, V., s.d.)
Finalmente está a considerar-se e a entender-se algumas das ideias atribuídas
(parece que erradamente) ao chefe Seattle, no final do século XIX: “Somos parte
da terra e ela é parte de nós… De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao
homem: é o homem que pertence á terra. (Seattle, 1854, citado por Mantesso-Neto,
V., s.d.)
No
que respeita a Portugal, as primeiras preocupações de que há notícia com a Proteção
da Natureza datam de 1911, ano em que foi criada a Associação Protetora da
Árvore, pequena associação privada, criada para a preservação de exemplares
notáveis de árvores (Neves, 1970, citado por Brilha, 2005). Face aos objetivos
não estranha que este movimento tenha sido liderado por engenheiros
silvicultores, se bem que tenha evoluído para a proteção da natureza,
considerando a necessidade de proteger tanto os valores biológicos como os
geológicos. De acordo com Flores (1939), citado por Brilha, entre a época
medieval e o século XVIII a proteção da natureza era principalmente
utilitarista; a partir do século XIX passou a ser considerada esteticamente; no
século XX os critérios passaram a ser científicos. (Brilha, 2005)
2.Estratégia de geoconservação.
Tal
como aconteceu com o termo Geodiversidade, devido a ser um termo relativamente
recente, também no que respeita á Geoconservação não há muito consenso no que
respeita à sua definição. Sharples (2002), citado por Brilha (2005) tenta
concertar uma definição de geoconservação, como segue: A Geoconservação tem como objetivo a preservação da diversidade
natural (ou geodiversidade) de significativos aspetos e processos geológicos
(substrato), geomorfológicos (forma da paisagem) e de solo, mantendo a evolução
natural (velocidade e intensidade) desses aspetos e processos. Esta visão
de geoconservação é consentânea com a definição de geodiversidade que
apresentei no “post” anterior (conceito de geodiversidade) sendo fundamental
para a biodiversidade e também porque a geodiversidade possui valor intrínseco,
isto é, valor por si próprio, mesmo que não se encontre ligado a qualquer forma
de vida. Em sentido lato, a geoconservação tem como objetivo a gestão
sustentável e a utilização de toda a geodiversidade, considerando todos os
recursos geológicos. Restritamente aponta apenas para a conservação de alguns
elementos da geodiversidade que testemunham valor acima da média. Uma coisa é
estabelecer ações para garantir a gestão sustentada dos recursos geológicos,
outra, bem diferente, consiste na concretização de ações que possibilitem a
conservação de aflorações geológicas possuidoras de indesmentível valor
científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outros, os geossítios. São o conjunto destes que habitualmente se designa
por Património Geológico. (Brilha,
J., 2005)
Para
montar a rede de geossítios é necessário:
Começar
por proceder á sua inventariação (levantamento
sistemático da área, identificação das ocorrências, definição da tipologia,
referenciação geográfica e fotográfica, breve caracterização de campo);
Seguidamente
fazer a quantificação (com base numa
escala de 1 a 5) dos critérios
relevantes, ou intrínsecos (inerentes ao próprio sítio);
Depois indicar os critérios relacionados com o uso potencial do geossítio (possibilidade de realizar atividades e quais,
condições de observação de aspetos particulares, possibilidade de recolher
amostras geológicas, facilidade/dificuldade de acesso, proximidade de
habitações c/ número de habitantes e condições socioeconómicas do meio);
Estabelecer
os critérios relacionados com a
necessidade de proteção (ameaças atuais e potencial, situação atual,
relação com a exploração mineira, valoração dos terrenos, tipo e regime de
propriedade, eventuais fragilidades);
Definir
possíveis processos de classificação (enquadramento
legal e estatuto-nacional, regional ou local). (Adaptado de Brilha, 2005)
Uma
vez estabelecidos os vários geossítios é necessário proceder á sua conservação, avaliando continuamente a
sua vulnerabilidade face á degradação introduzida por fatores naturais ou
antrópicos e proceder á sua valorização
e divulgação. Entende-se por valorização
as ações propostas para informar e interpretar e que vão ajudar os futuros
visitantes a compreender os valores em causa enquanto a divulgação pode ser promovida recorrendo a ações especificas,
conjugadas com outras tendentes a
promover o património cultural e natural. (Adaptado de Brilha, 2005)
Finalmente
é necessário fazer a monitorização
periódica, criando estratégias que permitam quantificar a evolução ao longo dos
anos (perda ou ganho de relevância) e definindo ações de manutenção que
fortaleçam a sua inserção no meio. (Adaptado de Brilha, 2005)
3. Geoparques.
A
noção de geoparque é um conceito muito recente (2000) e não é um parque no
verdadeiro sentido do termo nem estritamente geológico, tendo contudo uma
componente geológica, materializada nos geossítios, que constituem afloramentos
com valores abióticos especiais, tal como indicado no ponto anterior. O
geoparque é um conceito filosófico “holístico de respeito, valorização e
conservação da natureza”, assente nas suas componentes geológicas e constitui
um território geograficamente definido, com vários geossítios. (Mantesso-Neto,
V., s.d.)
A
Europa criou em 2000 uma Rede de Geoparques (REG), formada por quatro
geoparques, rede apoiada pela UNESCO a partir de 2001. Atualmente esta REG
distribuiu-se por dezassete países com 43 geoparques. Também já está instalada
a Rede Global de Geoparques (RGG), criada em 2004, também com o apoio da
UNESCO, tendo como principal objetivo a integração de todos os geoparques
existentes no mundo. Em Portugal há várias zonas de interesse em termos de
geodiversidade. Devido á limitação de espaço vou referir apenas dois, o
Naturtejo e o Arouca, existindo outros projetos com interesse e em instalação.
O Geopark Naturtejo da Meseta Meridional foi o primeiro geoparque nacional e
integrou em 2006 as Redes Europeias e Global de Geoparques. A sua área é de
4616 km2, nos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova, Nisa,
Oleiros e Vila Velha de Ródão e as suas prioridades são a geoconservação, a
educação, o geoturismo, tendo como base um património geológico incomparável. (Geopark
Naturtejo)
Também
o Arouca Geopark é um território especial da REG e da RGG (2009). Está presente
num único concelho com uma área de 328 Km2, reunindo neste espaço um valioso
património geológico, importantes recursos biológicos e vestígios patrimoniais
históricos e culturais. Território de mistério e aventura, abarcando os fundos
dos vales dos rios Arda e Paiva com cotas inferiores a duzentos metros e os
topos das serras da Freita e de Montemuro com mais de mil metros de altitude é
guardião das maiores trilobites conhecidas e das misteriosas “pedras
parideiras” para além doutras preciosidades que constituem objetivos
primordiais, como a frecha da Mizarela a mais alta queda existente em
território português continental sendo um dos geossítios mais extraordinários
do Arouca Geopark. (Carmona, P., 2013)
4.Geoturismo.
O
geoturismo, tal como todos os anteriores conceitos é uma nova modalidade, neste
caso do turismo, praticado em geoparques (agregação de geossítios). Foi
definido, pela primeira vez, por Thomas Hose numa revista da especialidade,
como: “a provisão de serviços e facilidades interpretativas que permitam aos
turistas adquirirem conhecimento e entendimento sobre a geologia e
geomorfologia de um sítio (incluindo sua contribuição para o desenvolvimento
das Ciências da Terra), além da mera apreciação estética (Hose, 2008, p, 221,
citado por Lopes, L., 2011). Segundo Gates, 2008, p. 157 (citado por Lopes, L.,
2001) “geoturismo é um termo novo para uma ideia relativamente antiga e como
tal apresenta definições conflituantes”. Como conceito relativamente recente
existem várias controvérsias sobre o termo, mas a maior parte dos pesquisadores
concorda que o prefixo “geo” se refere à geologia, sendo que o geoturismo é uma
atividade turística com o foco nos locais de interesse geológico. Este recente
segmento turístico promove a educação ambiental (integrando observações da
biodiversidade, geodiversidade e património histórico e cultural, sempre que
existam) por meio de atividades de interpretação, recorrendo a vários meios e
potenciando o desenvolvimento sustentável das populações autóctones. (Lopes,
L., et al, 2011)
Referências Bibliográficas:
Brilha,
J., (2005). Património Geológico e
Conservação. A Conservação da Natureza na sua vertente Geológica. Palimage,
Imagem Palavra. Braga.
Carmona,
P., (2013). National Geographic, Portugal.
O Trilho da Terra
Estratégias
de geoconservação. Adaptado de Brilha (2005)
Lopes,
L., Araújo, L., Castro, A. (2011). Geoturismo: Estratégia de Geoconservação e
de Desenvolvimento Local. Caderno de
Geografia. v.21, n.º 35.
Mantesso-Neto,
V. (s.d.). Geodiversidade, Geoconservação, Geoturismo, Património Geológico,
Geoparques: Novos conceitos nas geociências do século XXI. Conselho Estadual de
Monumentos Geológicos, SP – virginio@uol.com.br. Acedido em 14/05/2013.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Conceitos, Critérios de Valorização e Ameaças á
Geodiversidade
As
áreas protegidas constituem cerca de 8% do território nacional. Oito delas são
classificadas pelo seu valor geológico/geomorfológico, possuindo grande parte
das áreas classificadas importantes referências geológicas, sendo o nosso país
detentor de significativos aspetos geológicos diversificados e em muitos casos,
únicos. Face a estas evidências deve reconhecer-se a geologia como uma
importante referência nos critérios de definição de áreas e sítios protegidos,
bem como conhecer, valorizar e divulgar o património geológico e ainda
valorizar a geoconservação na prossecução do desenvolvimento sustentável a
todos os níveis, mundial, regional, nacional, municipal e local. (Cunha, P.,
s.d)
Geodiversidade
é um termo muito recente e pouco conhecido junto da comunidade, não tendo
reconhecido o mesmo estatuto que o homólogo referente á vida e já estudado por
nós nesta UC, a biodiversidade. De acordo com Gray (2004), citado por Brilha
(2005), o termo surgiu na Conferência de Malvern sobre Conservação Geológica e
Paisagística, que teve lugar no Reino Unido. Com aproximadamente uma dezena de
anos, não admira que quer o termo quer o conceito não apresentem uma
implantação clara, mesmo no que se refere à comunidade geológica. (Brilha,
J.,2005)
Muitos
autores têm tentado definir geodiversidade, particularmente oriundos da Europa
e da Austrália, os continentes que lideram este tema. Contudo as suas versões
não são coincidentes: para alguns a geodiversidade limita-se ao conjunto de
rochas, minerais e fósseis enquanto para outros o conceito é muito mais lato,
englobando também os seres vivos que sobre eles habitam. Uma definição
suficientemente abrangente é a proposta pela Royal Society for Nature
Conservation do Reino Unido: A
geodiversidade consiste na variedade de ambientes geológicos, fenómenos e
processos ativos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e
outros depósitos superficiais que são o suporte de vida na terra. (Brilha,
J.,2005)
Aceitando
esta definição estamos a restringir a geodiversidade a partes não vivas do
planeta Terra, mas não apenas aos testemunhos de um passado geológico (fósseis,
minerais e rochas), alargando-o aos processos da natureza que acontecem agora
naturalmente originando novos testemunhos. (Brilha, J.,2005)
Apesar
de constituir um pequeno território, Portugal tem uma grande geodiversidade (a
exemplo do que acontece com a biodiversidade). Mesmo os mais leigos podem
distinguir as formações a norte e a sul bem como as litorais e as do interior.
A norte geralmente formações mais antigas e elevadas, a sul mais modernas e
menos altas enquanto as zonas litorais têm as suas características próprias com
os extensos areais e as arribas (Brilha, J.,2005) algumas de grande importância
ambiental como a duna fóssil da Costa da Caparica e as formações rochosas do
litoral algarvio.
Também
os territórios autónomos possuem características próprias: a Madeira com o seu
relevo acidentado enquanto nos Açores o relevo é muito mais suave, marcado por
acentuados acidentes vulcânicos. (Brilha, J.,2005)
A
morfologia geológica do território continental português é formada por três
conjuntos morfoestruturais principais: o maciço antigo ao longo de todo o
interior do país (mais a norte que a sul), as orlas meso cenozoicas ocidental e
meridional (ao longo da costa entre Lisboa e Aveiro aproximadamente) e a bacia
cenozoica do Tejo-Sado (centrada naqueles dois rios). (Brilha, J.,2005)
Para
proteger e conservar qualquer coisa é porque lhe reconhecemos algum valor ou
por qualquer outro desiderato, qualquer que ele seja, que tenha que ver com o
nosso passado, presente ou futuro ou que possa contribuir para compreender a
complexidade do nosso viver em coletividade. Para o fazer em relação à
geodiversidade é necessário definir os critérios que contribuam para lhe
atribuir valor e interesse. Segundo os critérios de valorização da geodiversidade,
adaptado de Gray, 2004, colocado na plataforma, temos:
1.Valor intrínseco: Refere-se ao valor
que as coisas possam ter em si mesmo, para além da utilidade que possam ter
para o Homem. Neste critério há uma dimensão ética e filosófica que obriga a
uma análise no contexto mais vasto das relações Homem/Natureza.
2.Valor cultural: Folclóricos (calçada
dos Gigantes) e Arqueológicos/históricos (Esculturas de Petra na Jordânia,
infelizmente destruídas com o apoio de estruturas politicas).
3.Valor espiritual: Urulu (Austrália).
4.Sentido de lugar: Gibraltar.
5.Valor estético: Valor subjetivo e não
passível de quantificação. Dizer que esta paisagem é mais bonita que aquela é
de uma grande subjetividade, mas qualquer paisagem natural possui sempre um
valor estético. (Brilha, J.,2005). Paisagens Locais, Geoturismo, Atividades de
lazer, Apreciação remota, Atividades de voluntariado e Inspiração artística.
6.Valor económico: Este valor é
facilmente compreensível e objetivo. Desde sempre (ou quase sempre) que o homem
utilizou os materiais geológicos nesta perspetiva. Energia (petróleo, carvão e
gás natural), minerais industriais, minerais radioativos, materiais de
construção, pedras preciosas, fósseis, solos.
7.Valor funcional: Construção e suporte
de infraestruturas, Armazenamento e reciclagem, Saúde, Incineração, Controle da
poluição, Química da água, Funções do solo, Funções do geossistema, Funções do
ecossistema.
8.Valor científico e educativo:
Investigação científica, História da Terra, História da Ciência, Monitorização
ambiental, Educação e formação.
Mas
esta diversidade geológica encontra-se ameaçada, desde logo pela atividade
humana. São múltiplos os exemplos que o provam. A maior parte dos materiais
geológicos têm um aspeto de grande robustez o que á partida lhe confere uma
aparência de resistência e durabilidade, apesar das ameaças a diversas escalas
e em distintos graus, desde a degradação de extensas áreas paisagísticas á
destruição de um pequeno afloramento. (Brilha, J.,2005)
Segundo
este reputado professor, as principais ameaças que pairam sobre a
geodiversidade são as seguintes:
1.Exploração de recursos geológicos que
podem constituir uma dupla ameaça: ao nível da paisagem (as explorações a céu
aberto afetam-na se não forem tomadas medidas minimizadoras) e ao nível dos
afloramentos (a exploração indiscriminada pode consumir produtos geológicos de
acrescentado valor científico ou outro).
2.Construção de obras e estruturas. Todas
as infraestruturas trazem impactes negativos sobre a geodiversidade, pelo que é
preciso prevê-los e fazer todos os esforços para minimizá-los.
3.Gestão das bacias hidrográficas.
Algumas das bacias nacionais têm sido sujeitas a grandes intervenções
(barragens, regularização de caudais, prevenção de cheias, etc.) que têm sido
responsáveis por grandes impactes na geodiversidade.
4.Florestação, desflorestação e agricultura.
A vegetação pode ocultar importantes vestígios e características geológicas
importantes em termos científicos e pedagógicos. A desflorestação pode também
ter efeitos negativos pois promove a erosão do solo, enquanto a agricultura,
particularmente a intensiva e industrializada pode ser severamente negativa,
devido á utilização de maquinaria pesada que leva á erosão do solo e ao uso
intensificado de adubos e pesticidas que podem afetar a qualidade das águas
(subterrâneas e superficiais).
5.Atividades militares. As atividades
bélicas (quer de treino quer efetivas) ocorrem por vezes em zonas sensíveis, o
que devido às grandes máquinas de guerra e aos bombardeamentos podem interferir
na qualidade e erosão do solo e a inutilização de munições (detonadas ou
abandonadas no terreno) podem também contribuir para a inutilidade do solo e
das águas.
6.Atividades recreativas e turísticas. Estas
atividades, especialmente as que se desenvolvem em ambientes naturais colocam
grande pressão sobre a geodiversidade. A utilização de veículo todo o terreno
em terrenos sensíveis pode romper o seu equilíbrio e promover a sua destruição.
A visita a grutas e a promoção de escaladas podem ter efeitos negativos nestas
estruturas frágeis. Os equipamentos turísticos, por exemplo campos de golf,
também podem ser muito prejudiciais por serem estruturas que necessitam de
elevadas quantidades de água.
7.Colheita de amostras geológicas para fins
não científicos. Estes recursos (rochas, fósseis e minerais) que a todos
pertencem são recursos não renováveis (á escala da vida humana). A sua recolha
indiscriminada, sem nenhum controle e sem fins científicos constitui um grave
ataque ao património coletivo da humanidade, uma vez que a sua formação é
infinitamente inferior às possibilidades depletivas do homem. Quando as
amostras são recolhidas para fins científicos, educativos ou museológicos pode
aceitar-se a sua recolha. Convém também referir que nem todas as amostras á
venda resultam de recolhas ilícitas pois muitas são apanhadas em frentes
mineiras, onde seriam inevitavelmente destruídas. O que seria recomendável era
exigir-se um código de ética profissional a quem transaciona estes produtos e
um certificado de autenticidade de todas as amostras á venda no mercado.
8.Iliteracia cultural. As ameaças
referidas anteriormente têm por base alguma iliteracia cultural, também ao mais
alto nível (políticos, técnicos, decisores públicos e privados, etc.). Seria
desejável, quando estes responsáveis tivessem que tomar qualquer decisão se
rodeassem de especialistas nestas áreas, geólogos e outros conhecedores no
sentido de evitarem atropelos ao geopatrimónio ou, no caso de as ações serem
irreversíveis, minorassem o seu efeito sobre o mesmo.
Com
pouco mais de uma centena de elementos químicos ao logo dos 4600 anos de vida
da Terra, foram-se gerando 3500 espécies de minerais que originaram centenas de
rochas diferentes. Estas são o substrato fundamental para o desenvolvimento de
uma espantosa variedade de seres vivos – a biodiversidade. Restrita a partes
não vivas do planeta, a geodiversidade pode ser considerada como a principal
causa para a imensa variedade de sítios onde a vida apareceu e evoluiu. Os
geólogos e outros especialistas concluíram, que ao longo da história da Terra
ocorreram diversos acidentes geológicos que destruíram muitas espécies vegetais
e animais. (Pereira. D. et. al, 2008)
Estes acidentes á escala planetária foram determinantes na História da Terra e
conduziram ao mundo tal como o conhecíamos há pouco mais de um século. Depois
entrou em cena um novo e importante predador, o HOMEM, que tentou modelar o
mundo mas fracassou, conduzindo o Planeta á borda de uma nova ordem, da qual
desconhecemos o fim.
Referências Bibliográficas:
Brilha,
J. (2005). Património Geológico e
Conservação. A Conservação da
Natureza na sua vertente geológica. Palimage, Imagem Palavra. Braga.
Critérios
de valorização da geodiversidade. (adaptado de Gray, 2004) - Colocado na
Plataforma;
Cunha,
P. (s.d.). Relevância da geodiversidade e da geoconservação para o
desenvolvimento sustentável. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra. Universidade de Coimbra. Coimbra.
Pereira,
D., Brilha, J., Pereira, P. (2008). Geodiversidade,
valores e uso. Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Universidade do Minho.
Braga.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Caro Vitor:
Mandaste-me
uma interessante mensagem sobre a “campanha do trigo” e de Alqueva, aspetos
importantes dos últimos anos do meu Alentejo. Tentei perceber onde tinha ido
parar o comentário em questão, mas para além do meu correio não o consigo
encontrar em nenhum local. Agora depois de enviar esta mensagem vou ao meu blog
(mais uma vez) a ver se o localizo.
O problema
do Alentejo começou, de facto com a chamada campanha do trigo. Não sei se
poderia ter sido evitado mas mitigado com certeza que sim. Contudo a primeira e
mais profunda "machadada" no ecossistema alentejano deu-se com o
abate indiscriminado da floresta autóctone, com o abate de verdadeiros
santuários reliquiais de sobreiros e principalmente de azinheiras, que foram
dizimados para a mecanização dos amplos campos alentejanos preparando-os para a
monocultura. Com esta prática a desertificação foi-se acentuando, a
biodiversidade afetada e minguando e alguns dos nossos ex-libris foram
desaparecendo (linces, aves carnívoras e outras, etc.). Quando abrimos os olhos
e fomos postos perante a realidade já era um pouco tarde. Mas nem tudo está
perdido, é preciso enfrentar as contrariedades e tentar reverter um pouco da
situação. Hoje há bons exemplos de interessantes projetos que tentam recuperar
alguma da diversidade perdida.
A questão de
Alqueva foi, para os alentejanos de importância capital. Não sei se sabes mas
eu fui um dos alentejanos que lutei pela sua construção. Na qualidade de
presidente da Associação de Defesa de Alqueva bati-me na região, no país e
inclusivamente em Bruxelas por ela. Hoje, depois de ter pensado maduramente
sobre o assunto e das leituras que tenho feito sobre as questões da
sustentabilidade e outras já não tenho tantas certezas. Mas quero também
dizer-te que ainda não vejo alternativas à sua construção. Numa região com
graves problemas de falta de água pareceu-me (no passado) quase criminoso não
aproveitar o manancial que corria para o mar (não conhecia a fundo os problemas
da sedimentação, dos peixes migradores, etc.) e a ideia do atual Presidente da
República, de Alqueva como uma "Reserva Estratégica de Água" como
muitas outras antes desta, construíram a minha aguerrida militância em torno da
construção da barragem. Será que é a solução para o Alentejo? Como te disse
anteriormente ainda não vejo alternativas...
Cumprimentos,
Manuel
Mestre
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Biodiversidade
(estratégias de conservação)
Cara professora, caros colegas:
Á laia de introdução
A chamada de atenção da
docente para o texto do professor Azeiteiro (2011) é extremamente pertinente,
pois o mesmo, para além de ser muito completo remete-nos para informação de
extrema importância. É certo que a maioria já era do nosso conhecimento mas a
sistematização e concentração do professor facilita-nos o trabalho de recolha
de informação.
Desenvolvimento da postagem
As
Estratégias de Conservação da Biodiversidade exigem que se saiba o que
conservar, como conservar e onde conservar. Estas são sempre decisões difíceis
e de especial complexidade por vários e diversificados motivos, como os
diferentes níveis de organização, as questões de dimensão, conectividade e
gestão por vezes difíceis de obter. Cada espécie animal e vegetal tem as suas
especificidades próprias. Por exemplo as espécies vegetais raras e os
invertebrados e outras espécies animais de pouca mobilidade podem preservar-se
em ecossistemas restritos e completamente rodeados por áreas não protegidas,
(Azeiteiro, 2011, p.1) enquanto outros animais de grande mobilidade, como os
carnívoros de topo necessitam de grandes espaços como reconhece Janeiro (2007,
p. 14) em relação ao lince ibérico, que refere que cada adulto defende um
território de 3-4 Km2 de outros indivíduos do mesmo sexo, apenas admitindo uma
sobreposição maioritária de uma fêmea reprodutora, constituindo uma relação
monogâmica com alguma tendência para a poligamia. Por este exemplo se vê as
imensas dificuldades para manter uma colónia destes carnívoros.
A
conservação pode ser encarada sob dois aspetos: baseada em habitat ou
ecossistema, isto é no espaço ou na espécie a conservar. As estratégias de conservação
têm duas abordagens: hotspots de biodiversidade
privilegiando áreas riquíssimas em diversidade específica, endemismos (espécies
de seres vivos que apenas aparecem numa determinada zona geográfica) e espécies
raras (25 áreas que correspondem a 1,4% da superfície do planeta que comportam
35% e 44% dos vertebrados e das plantas terrestres) (Myers et al. 2000, citado por Azeiteiro, 2011, p. 2) e em sistemas representativos que procuram
assegurar e manter, no espaço geográfico de referência a representação de todas
as espécies presentes, qualquer que seja o seu estatuto. Ambos os aspetos têm
sido criticados por abordarem apenas padrões estáticos e não considerar as
dinâmicas populacionais e comunitárias. (Azeiteiro, 2011, p. 2)
Desde
a entrada de Portugal na UE, quer o nosso país (como todos os países do espaço
comum) quer a Comunidade têm caminhado no mesmo sentido, tentando mitigar os
efeitos da atividade humana (principal causa da perda de diversidade e dos
serviços dos ecossistemas inestimáveis para o nosso viver coletivo) e até, como
ocorre atualmente, tentar fazer regredir esses efeitos.
Em
2001, altos responsáveis dos países europeus determinaram que “o declínio da
biodiversidade deve ser sustido, procurando atingir este objetivo até 2010” e
que é necessário “recuperar habitats e sistemas naturais”. No ano seguinte, 130
líderes mundiais assumiram o mesmo compromisso, constatando-se por sondagens
que estas preocupações com a natureza e a biodiversidade são acompanhadas pelos
cidadãos comunitários. (CEE, 2006, p. 3).
Na
União Europeia já está praticamente criada a legislação para impedir a perda de
diversidade. Os objetivos de salvaguarda da biodiversidade foram encarados numa
alargada geração de políticas ambientais e setoriais. Mas a estratégia da UE em
termos de Diversidade Biológica remonta ao fim do século passado (1998) e aos
correspondentes planos de ação (2001). Também os estados membros se mobilizaram
e implementaram os seus planos de ação. (ibidem).
Até
ao presente a biodiversidade não tem sido objeto de grande atenção no que se
refere aos acordos comerciais, mas a UE tem contribuído para regular o comércio
de espécies proibidas (com estatuto de conservação) e tem promovido sinergias
com a Organização Mundial do Comércio no sentido de promover acordos
multilaterais no domínio ambiental. A Convenção sobre a Diversidade Biológica
tem merecido da Europa Comunitária um grande esforço no sentido da sua
implementação bem como outros acordos relacionados com a biodiversidade. (ibidem)
A
nível comunitário dá-se particular importância á salvaguarda dos habitats e
espécies mais importantes estabelecidas nas Diretivas “Aves” e “Habitats”,
diretivas que estão a ser implementadas em todos os países membros, como
acontece naturalmente com todas as diretivas, criando-se aquilo que é
normalmente designado por Rede Natura 2000, consistindo em sítios que comportem
áreas “suficientes” para promover a conservação dos duzentos habitats-tipo mais
importantes da UE. (ibidem, p.7)
A
Diretiva 79/409/CEE de 02/04/1979 relativo à conservação das aves selvagens,
vulgarmente designada por Diretiva “Aves” (a peça mais antiga da legislação de
conservação da natureza da europa comunitária) pretende que cada Estado membro
tome medidas tendentes a garantir a proteção das populações de aves selvagens
no território da Europa Comunitária. Impõe a necessidade de estabelecer áreas
suficientemente amplas para cada um dos habitats utilizados pelas espécies a
proteger, cria condições para o comércio deste tipo de aves, fixa limites para
a atividade venatória e proíbe alguns métodos de captura e abate. A diretiva
inclui uma lista de aves europeias que necessitam de medidas de proteção e
obriga cada Estado-membro a classificar como Zonas de Proteção Especial (ZPE) as áreas que se mostrem mais
importantes para as espécies protegidas.
A
generalidade dos princípios gerais desta diretiva foram transpostos para o
direito português pelo Dec. Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, o que contribuiu
para a criação de 47 ZPE em Portugal Continental, Açores e Madeira.
A
Diretiva 92/43/CEE de 21/05/1992, mais conhecida como “Diretiva Habitats” tem
como grande objetivo assegurar a biodiversidade recorrendo á conservação dos
habitats naturais e de espécies florísticas e faunísticas selvagens ameaçadas
no território comunitário. As Zonas Especiais de Conservação (ZEC) criadas
em Portugal devido a esta diretiva têm como principal objetivo proteger os 253
tipos de habitats, 200 animais e 434 plantas constantes dos seus anexos, sendo
a principal finalidade desta rede (em conjunto com a anterior) manter e
recuperar habitats e espécies.
Contudo
há investigadores que defendem que nem tudo vai bem nesta estratégia de criação
de zonas de conservação. Há investigadores, como por exemplo o professor Miguel
Araújo que defendem que os sítios foram mal escolhidos e não tiveram em conta,
por exemplo, as alterações climáticas, havendo um risco elevado dos esforços
que hoje estamos a desenvolver para conservar a biodiversidade europeia não
obterem os resultados que pretendemos. Segundo aquele reputado biólogo são
necessárias novas politicas para evitar este risco. (Araújo, M., et al. 2011)
Outra
geração de documentos comunitários conexos com a proteção da biodiversidade
(onde a UE tem vindo a trabalhar desde a década de setenta, para implementar a
CDB e estratégias correlativas) são os documentos designados como Estratégicos alguns derivados de
documentos produzidos por organismos mundiais, mais tarde adotados e adaptados
pelos países-membros. É o que acontece com os três documentos apresentados
seguidamente e colocados neste trabalho a título de exemplo.
A Estratégia da União Europeia para o
desenvolvimento sustentável que estabelece um marco político ao definir como meta o desenvolvimento
sustentável, isto é, responder às necessidades do presente sem comprometer as
das futuras gerações. O desenvolvimento sustentável assenta em quatro pilares –
económico, social, ambiental e governança mundial- que devem reforçar-se
continua e mutuamente. Este documento põe em evidência sete tendências de
insustentabilidade que requerem a intervenção dos poderes públicos (e não só):
a exclusão social e o envelhecimento demográfico, as alterações climáticas e a
energia, os transportes, o consumo e a produção, os recursos naturais, a saúde
e o desenvolvimento sustentável em todo o mundo.
Estratégia Europeia de Diversidade
Biológica, concertada em1998, a
Comissão refere a perda de diversidade biológica (espécies, ecossistemas e
património genético) que acelerou nas últimas décadas a um ritmo alarmante
devido á atividade humana, principalmente devido a práticas agrícolas
desadequadas, ao desregulado desenvolvimento de infraestruturas e de
urbanização, ao turismo de massas e á poluição da água e do ar. Para promover a
conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica defende a
conservação in situ (no sitio
natural) e ex situ (fora do sítio,
isto é em banco de genes, laboratórios e parques zoológicos e botânicos), bem
como a reconstituição de populações e ecossistemas e ainda a proteção das
espécies cultivadas ou domesticadas que adquiriram especiais características
genéticas.
Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Sustentável (de 2006, mas
publicada em D.R. em Agosto de 2007) é um documento nacional de orientação
estratégica que visa orientar o desenvolvimento do país na senda da
sustentabilidade, recorrendo a todos os instrumentos disponíveis ou em
preparação, recorrendo á iniciativa da sociedade civil e aos fundos
comunitários. Assente num ambicioso desígnio que infelizmente se degradou,
“retomar a trajetória de crescimento sustentado que torne Portugal, no
horizonte de 2015, num dos países mais competitivos e atrativos da União
Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e
ambiental e de responsabilidade social” a Estratégia assentava em sete
objetivos de ação: Preparar Portugal para a Sociedade do Conhecimento;
Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência
Energética; Melhor Ambiente e Valorização do Património; Mais Equidade, Igualdade
de Oportunidades e Coesão Social; Melhor Conetividade Internacional do País e
Valorização Equilibrada do Território; Um Papel Ativo de Portugal na Construção
Europeia e na Cooperação Internacional e Uma Administração Pública mais
Eficiente e Modernizada.
Referências do Texto
Araújo,
M., Alagador, D., Cabeza, M., Nogués-Bravo, D., Thuiller, W. (2011). Climate change threatens European
conservation áreas. Ecology Letters, 14: 484-492.
Azeiteiro,
U. (2011). Conservação da biodiversidade.
Universidade Aberta.
Comissão
das Comunidades Europeias. (2006). Comunicação da Comissão. Travar a perda da Biodiversidade até 2010-e mais
além. Preservar os serviços ecossistémicos
para o Bem-estar humano.
Dec.
Lei n.º 140/99 (1999). Transpõe para o direito português alguns dos princípios
gerais da diretiva n.º 79/409/CEE.
Diretiva
do Conselho n.º 79/409/CEE. (1979), Relativa à conservação das aves selvagens.
Diretiva
do Conselho n.º 92/43/CEE. (1992), Relativa á preservação de habitats naturais
e da fauna e da flora selvagens.
Estratégia
Europeia para o Desenvolvimento Sustentável.
Estratégia
Europeia de Diversidade Biológica.
Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Sustentável.
Janeiro,
C. (2007). Adequabilidade e perspetiva de
gestão do habitat para o lince ibérico Lynx pardinus no sítio Moura-Barrancos, Dissertação de
Mestrado em “Gestão de Recursos Biológicos”, Universidade de Évora, Portugal.
Site
da Rede Natura 2000, Zonas de Proteção Especial (Diretiva aves). Fonte ICNB
sábado, 13 de abril de 2013
Curiosidades para Portugal
Atualmente,
para Portugal Continental, estão identificadas e registadas mais de 400
espécies de vertebrados terrestres, estimando-se que existam aproximadamente
3000 espécies vegetais. No nosso país encontram-se classificadas 72 espécies de
mamíferos (60 protegidas e 17 ameaçadas), 246 de aves (237 protegidas e 76
ameaçadas), 28 de répteis (integralmente protegidas e 7 ameaçadas), 16 de
anfíbios (também todas protegidas e 2 ameaçadas) e 33 de peixes de água doce
(também integralmente protegidas e 21 ameaçadas). O número total das espécies
listadas é de: 92 mamíferos, 288 aves, 35 répteis, 17 anfíbios e 48 peixes
dulçaquícolas. (Cabral et al, 2005,
citado por Proença, V. et al, 2009,
p. 132). No que respeita à flora estima-se que
existam 3000 espécies de plantas vasculares: 86 endémicas (grupos de plantas
que se desenvolvem numa região restrita), encontrando-se aproximadamente 10%
ameaçadas e 4% protegidas (Pereira et al,
2002; IA e MAOT, 2005, citado por Proença, et
al, 2009, p.133). Para outros grupos a informação é muito escassa e apesar
de haver alguns estudos não se publicou nada de significativo, pelo que não
merecem referências especiais.
Referência
Bibliográfica:
Proença,
V. et al. (2009) “Biodiversidade” pp.
127-179. In Ecossistemas e Bem-estar
humano – Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment, Escolar
Editora.
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